sábado, 5 de junho de 2010

Antologia de criança


Bruno Pontual 05/06/2010

Uma criança de rosto peludo
rouba um pão.
Fomentada com seu próprio caráter.
Fui seduzido pelo seu ar de fera ardente,
e ao andar as ruas da pequena cidade,
fui engolido por um cabra.

Um garoto espetado pelo pai.
faz dele um herói,
pois foi ele que ajudou a manter sua vida até o último suspiro.
Hoje lamento pela sua morte,
mas não tenho muito tempo,
tenho que fugir pela janela.

Fujo pensando nele,
e em todas as crianças perdidas,
Choronas e sem futuro,
serei eu o proximo?
há matar ou morrer?
Mas, de qualquer modo acabo dando uma gargalhada.
Não sou mais o que eu era.


Me vejo diante de crianças degoladas,
mas que direito eu tenho achar engraçado?
elas são deturpadas por um monstro virginal.
num quarto vazio e sem luz.
Ele era filho de Eva.
Ou seria neto?

Somos todo nós filhos de quem afinal?
partiremos da terra prometida para amar.
Que inútil, que inútil.
Só uma ovelha inocente mantém a fonte de todo amor.
E essa fonte não seca.
Finalmente realmente útil.

Dentro de si um cajado proeminente,
no meio da sala um bezerro,
chorando as magóas de sua mãe,
afastado em fim de seu ninho.
era um bom selvagem.

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