O fanatismo é a única força de vontade acessível aos fracos.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
tradução Carpet Crawlers do genesis
Há lã debaixo de meus pés descalços. A lã é suave e quente -Dá um tipo de calor. Uma lagarta corre para dentro da chama Para ser destruída Criaturas imaginárias são apanhadas Nascendo em celulóides. As pulgas agarram-se à lã dourada Crentes de que encontrarão paz.
Cada pensamento e gesto São pegos em celulóides Não há esconderijo em minha memória Não há nenhum quarto para desocupar Os rastejantes cobrem o chão Do corredor vermelho ocre. Pela minha intuição das pessoas Elas têm mais alma que antes.
Eles estão se movendo no tempo Para uma porta pesada de madeira Onde o olho da agulha está piscando Focando os miseráveis. Os rastejantes do tapete atendem seus invocadores: “Nós temos que entrar para sair Nós temos que entrar para sair".
Há só uma direção nos rostos que eu vejo É lá em cima no teto Onde é dito que as câmaras estão. Como a luta na floresta pela luz do sol Que leva raiz em cada árvore Eles são puxados pelo imã Acreditando que estão livres Os rastejantes do tapete atendem seus invocadores: “Nós temos que entrar para sair Nós temos que entrar para sair".
Super-homens amavelmente educados Estão presos em criptonita E as sábias e tolas virgens Riem à toa com seus corpos ardentes brilhantes. Por uma porta, um grande banquete É iluminado por luz de vela É o fundo de uma escada Que espirala até onde não se enxerga mais. Os rastejantes do tapete atendem seus invocadores: “Nós temos que entrar para sair Nós temos que entrar para sair".
O manequim de porcelana De pele rachada teme o ataque O bando ávido levanta os seus cântaros Levam tudo que necessitam.
O líquido congelou O qual vazou pela rachadura E o gozador fisga seu esgana-gata (1) Os rastejantes do tapete atendem seus invocadores: "Nós temos que entrar para sair Nós temos que entrar para sair".
A fé, tal qual a requeria e não raramente a obtinha o
Cristianismo primitivo, em meio ao mundo cético e
meridionalmente liberal, que tinha atrás de si uma luta várias
vezes secular entre escolas filosóficas e trazia em si o fruto,
educado na tolerância, desejada pelo imperium romanum — não
era a fé ingênua e rude de escravos, pelo qual um Lutero ou um
Cromwell ou qualquer cérebro bárbaro do Norte sentiam
atacado o seu Deus, o seu Cristianismo; essa se aproxima mais
àquela fé de Pascal que se assemelha de modo horrível a um
lento suicídio da razão — da razão amolecida e decrépita, que
não se deixa extinguir de um só golpe. A fé cristã é, desde seus
primórdios, sacrifício, sacrifício de toda liberdade, de toda
independência do espírito; ao mesmo tempo, escravização e
escárnio de si mesmo, mutilação de si. Deseja-se a crueldade
religiosa para impor essa fé a uma consciência enfraquecida,
complicada e viciada, fé que parte do pressuposto que uma
sujeição do espírito provoca uma dor indescritível, que todo o
passado e todos os hábitos do espírito se rebelam contra o
"absurdissimum" que representa para ele uma tal fé.
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