O fanatismo é a única força de vontade acessível aos fracos.
quinta-feira, 29 de julho de 2010
tradução de In the Cage do Genesis
Há alegria em meu estômago Como se eu acabara de embalar meu bebê para dormir Há alegria em meu estômago E eu não consigo resistir a esse sono rastejante Durma, profundo no fundo A frente da rocha se move apertando minha pele Líquidos brancos se coagulam Transformam-se rápido - tornam-se coagulados Tornam-se frescos - de volta coagulados Tenho que dizer a mim mesmo que não estou aqui Estou me afogando em um líquido medonho Engarrafado em uma forte compressão Minha distorção mostra obsessão Na caverna. Tire-me desta caverna! Se eu mantiver meu autocontrole Eu estarei seguro em minha alma E a convicção da infância Trará o alívio por um momento Mas o meu lado cínico logo volta E o barco salva-vidas se queima Meu espírito nunca aprende Estalactites, estalagmites Fecham-me, trancam-me firmemente Lábios estão secos, a garganta está seca Sinto-me como se estivesse queimando Estômago roncando Eu estou vestido a rigor em uma fantasia branca Fechando a saída da sala Corpo estirado, sinto a violência Na jaula Tire-me desta jaula!
No clarão de uma luz Eu tenho uma estranha visão; De jaulas unidas formando uma estrela Cada pessoa não pode ir muito distante; Todos amarrados às suas coisas Eles estão ligados pelos seus fios Livre para adejar em recordações De suas asas perdidas Fora da jaula eu vejo meu Irmão John Ele vira sua cabeça bem lentamente Eu clamo ajuda! Antes que ele possa ir embora E ele me olha sem uma resposta E eu grito ‘John, por favor, me ajude!’ Mas ele nem mesmo quer tentar falar Eu estou acuado em minha ira violenta E uma lágrima silenciosa de sangue Escorre por sua bochecha E eu o assisto se virar e deixar a jaula Meu pequeno fugitivo Em uma armadilha, sinto uma correia Segurando firme. Fixada para a matança Chances reduzidas para que eu consiga Na jaqueta-lisa almofadada Exatamente como na 22ª Rua Quando me pegaram pelo pescoço e pés A compressão está aumentando Não posso mais agüentar Minha enxaqueca ataca Minhas dores de ouvido rugem Na dor Tire-me desta dor Se eu pudesse me tornar líquido Eu poderia encher as rachaduras pela rocha Mas eu sei que eu sou sólido E eu sou minha própria má sorte Mas lá fora John desaparece E minha jaula se dissolve E sem qualquer razão meu corpo revolve Continua virando Continua virando Se virando Girando ao redor
A fé, tal qual a requeria e não raramente a obtinha o
Cristianismo primitivo, em meio ao mundo cético e
meridionalmente liberal, que tinha atrás de si uma luta várias
vezes secular entre escolas filosóficas e trazia em si o fruto,
educado na tolerância, desejada pelo imperium romanum — não
era a fé ingênua e rude de escravos, pelo qual um Lutero ou um
Cromwell ou qualquer cérebro bárbaro do Norte sentiam
atacado o seu Deus, o seu Cristianismo; essa se aproxima mais
àquela fé de Pascal que se assemelha de modo horrível a um
lento suicídio da razão — da razão amolecida e decrépita, que
não se deixa extinguir de um só golpe. A fé cristã é, desde seus
primórdios, sacrifício, sacrifício de toda liberdade, de toda
independência do espírito; ao mesmo tempo, escravização e
escárnio de si mesmo, mutilação de si. Deseja-se a crueldade
religiosa para impor essa fé a uma consciência enfraquecida,
complicada e viciada, fé que parte do pressuposto que uma
sujeição do espírito provoca uma dor indescritível, que todo o
passado e todos os hábitos do espírito se rebelam contra o
"absurdissimum" que representa para ele uma tal fé.
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